
O Caso Jaguar: Lições de Autenticidade e Rebranding de Marca
Por: Leandro Bento | 14/05/2025
8 min de leitura
O rebranding da Jaguar com o intuito de reposicionar a marca para os modelos elétricos, acabou se tornando um exemplo claro de como mudanças radicais podem ter efeitos inesperados e prejudiciais, especialmente para marcas com um legado tão forte quanto o da fabricante britânica.
O caso é um alerta para marcas e profissionais de marketing sobre os riscos de mexer demais com a identidade de uma marca histórica e, principalmente, a necessidade de equilibrar inovação com respeito ao que a marca representa para seus consumidores.
Desta vez, a marca deixou de lado o foco em motor, força e arranque e fez um anúncio em suas redes sociais mais voltado para um estilo de roupas de moda, buscando atingir a nova geração de compradores, o que gerou críticas de fãs e grandes nomes que apreciam a marca, como Elon Musk. No X, o post está com mais de 171M de impressões e mais de 3M no Instagram.
Rebranding da Jaguar: A busca por modernidade
Em 2024, a Jaguar tomou uma decisão ousada: reformular a sua identidade visual e seu posicionamento no mercado para se alinhar com a nova era elétrica. A mudança incluiu a troca do logo tradicional, que mostrava o felino em uma postura clássica e imponente, por um design minimalista com as letras JL, representando o nome da marca de forma mais abstrata. A marca também adotou o slogan delete o comum, um convite a abandonar o convencional em favor de algo mais moderno e disruptivo.
A intenção por trás dessa mudança era clara, a Jaguar queria se reposicionar como uma marca mais conectada aos valores contemporâneos, como a inovação tecnológica e a sustentabilidade, alinhando sua imagem com a transição para os carros elétricos.
A ideia era construir uma identidade que dialogasse diretamente com as novas gerações de consumidores, cada vez mais preocupados com questões ambientais e que buscam marcas mais inovadoras e ousadas.
Quando a mudança não funciona
O rebranding do Jaguar elétrico gerou uma reação negativa muito mais forte do que a empresa provavelmente antecipava. Para muitas pessoas, a troca da logo clássica, que remete a décadas de tradição e desempenho, foi vista como uma tentativa de apagar a história da marca, e isso não foi bem aceito por um público fiel que se identificava com os valores e a sofisticação transmitidos pela Jaguar ao longo dos anos.
A reação negativa não se limitou às redes sociais e à mídia especializada, as vendas de veículos caíram drasticamente: de 61.661 carros vendidos em 2022, a Jaguar passou a vender apenas 33.320 unidades em 2024, uma queda de quase 50% em dois anos.
Para uma marca de prestígio como essa, esse tipo de queda nas vendas é alarmante. Além disso, a retração também afetou o mercado de carros usados, que viu uma diminuição de 9% nas vendas desde a implementação da nova identidade visual.
O que deu errado no rebranding da marca?
A falha no rebranding da Jaguar pode ser atribuída a vários fatores: em primeiro lugar, a mudança radical na logo e no posicionamento da marca não levou em consideração o peso do legado da empresa.
A Jaguar é sinônimo de luxo, desempenho e tradição, e muitas de suas audiências mais fiéis, especialmente aqueles que compram carros de alto desempenho, não estavam prontas para abandonar esses elementos em troca de uma nova linguagem visual minimalista.
Além disso, o conceito de “delete o comum” parecia desconectado da realidade de uma marca histórica como a Jaguar. A tentativa de parecer mais moderna e disruptiva acabou criando uma desconexão com os consumidores que esperavam que a marca mantivesse a sua essência, ao invés de buscar um visual que competisse com marcas jovens e tecnológicas.
O timing da mudança também foi problemático. O mercado de carros elétricos ainda é um campo em crescimento, e muitas marcas tradicionais ainda estão tentando se adaptar a essa nova realidade. Ao tentar acelerar esse processo, a Jaguar correu o risco de perder seu público principal, aqueles que valorizam sua reputação de excelência e design clássico, sem conquistar de forma eficaz um novo público mais jovem e antenado com a sustentabilidade.
O que as marcas podem aprender sobre Rebranding
O caso da Jaguar é uma lição importante sobre como realizar mudanças em uma marca de forma cuidadosa e estratégica. Podemos tirar algumas lições sobre isso que tanto profissionais de marketing quanto marcas podem aprender:
Respeitar o legado da marca
Marcas históricas como a Jaguar têm um legado construído ao longo de décadas,e mudar radicalmente sua identidade visual pode ser uma tentativa de se reinventar, mas também pode alienar seu público tradicional.
Ao fazer o rebranding de um legado forte, é preciso preservar os elementos que definem a marca, especialmente aqueles que são associados a valores centrais como qualidade, luxo e tradição.
Inovação coerente com a história da marca
A inovação é importante, mas ela deve ser feita de forma que faça sentido dentro do contexto da marca. Em vez de fazer uma mudança abrupta e desconsiderar o que a marca sempre representou, é mais eficaz fazer ajustes que modernizem a identidade sem perder sua essência.
Conhecer o público-alvo
Antes de tomar decisões sobre uma reformulação de marca, é importante entender quem são os consumidores e como eles percebem a marca. No caso da Jaguar, muitos dos seus clientes são leais à marca por seu legado de desempenho e luxo, e a mudança visual radical parecia não respeitar essa conexão emocional. Conhecer bem o seu público ajuda a tomar decisões de marketing mais assertivas e menos arriscadas.
A autenticidade ainda é a maior força
As tentativas de seguir tendências de mercado podem ser eficazes para algumas marcas, mas para outras o foco deve ser sempre no que a marca é, e não no que a moda dita que ela deve ser. Manter a autenticidade é indispensável para criar uma conexão verdadeira com o público.
Mudanças gradativas são mais eficientes
Quando se trata de reposicionar uma marca, a mudança precisa ser gradual. Tentar mudar tudo de uma vez pode confundir os consumidores e desestabilizar a imagem da marca.
Ao invés de adotar uma mudança visual radical, é preferível fazer ajustes mais sutis, com um processo de transição bem planejado, para que os consumidores possam se acostumar com a nova identidade aos poucos.
Após o fracasso do rebranding, a Jaguar decidiu voltar às origens e recontratar uma nova agência para se concentrar nos valores que sempre funcionaram para a marca. Essa decisão mostra que, embora a inovação seja importante, é a autenticidade que, no fim, conquista a lealdade dos consumidores.
A verdadeira transformação de uma marca não está em apagar seu passado, mas em adaptá-lo para o futuro de forma inteligente e respeitosa.
Evite os erros do rebranding apressado!
A Eficaz Marketing e Tecnologia entende a importância de cada detalhe ao construir ou renovar a identidade de uma marca. Se a sua empresa está em busca de uma renovação visual ou de uma repaginação mais profunda, nós ajudamos a criar um processo estratégico que não só reflete os valores e a história da sua marca, mas também a posiciona para o futuro com clareza e propósito.
Ao contrário de mudanças de identidade apressadas que podem resultar em um distanciamento da sua essência (como vimos com a Jaguar), nosso trabalho é feito com foco no estudo de mercado, análise de público-alvo e tendências do setor. Cada alteração visual, tonalidade e estratégia de comunicação é pensada para preservar o legado da sua marca enquanto a prepara para os próximos desafios do mercado.
Além de rebranding, também oferecemos serviços de consultoria desde gestão de redes sociais, SEO, até campanhas de mídias pagas, nosso objetivo é garantir que sua marca seja percebida da maneira certa e alcance os resultados desejados.
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